Ginástica laboral: o que é e benefícios de aplicar na sua empresa

Por

Thiago Liguori

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Thiago Liguori

Publicado em

4/5/21

Reparou como nos últimos tempos a preocupação com a saúde corporativa aumentou? É por isso que trouxemos o assunto da ginástica laboral para este post.

A má postura e os esforços repetitivos estão entre os fatores que podem causar dores e até desencadear doenças nos funcionários, afetando seu bem-estar e saúde.

Por essa razão, é interessante que uma empresa busque soluções para evitar problemas, inclusive porque ela tem muito a perder se funcionários não conseguirem produzir direito ou precisarem se afastar.

Continue a leitura para saber mais sobre a ginástica laboral e seu poder preventivo!

O que é ginástica laboral?

A primeira coisa que você precisa saber é que a ginástica laboral consiste em uma série de exercícios de curta duração realizados no trabalho para melhorar a saúde e qualidade de vida dos trabalhadores.

Isso significa que os exercícios são realizados durante a jornada de trabalho e que podem ser executados por cada um em seus respectivos postos de trabalho ou em um espaço próprio designado pela empresa.

Em geral, a ginástica laboral não demanda muito tempo e nem envolve muito esforço físico. A duração média varia entre 10 e 20 minutos e os exercícios propostos são leves, de baixa intensidade.

A proposta é prevenir lesões, corrigir posturas e promover o relaxamento. Vale lembrar que o estresse é um fator atrelado à dores musculares, dores de cabeça e à baixa produtividade também.

Com tudo isso, falamos em alongamentos, técnicas de respiração e outros exercícios que promovem a percepção corporal e a melhoria postural.

História da ginástica laboral

Os primeiros registros oficiais da prática da ginástica laboral são de 1925, quando operários da Polônia passaram a fazer uma pausa na longa jornada de trabalho para fazer exercícios.

Em seguida, a modalidade foi se espalhando pelo mundo, chegando a países como Holanda, Rússia, Alemanha, Bélgica, Japão e Suécia. 

No Brasil, em 1901, a atividade física já era adotada por algumas empresas. Mas só em 1973 a ginástica laboral teve a sua proposta oficializada e passou a fazer parte da grade curricular dos cursos de educação física.

A importância e para que serve a ginástica laboral para empresas

Já mencionamos que essa ginástica existe para prevenir lesões, assim como outros problemas de saúde. Entregue dessa forma, porém, a informação pode não ser clara o bastante para indicar a importância dessa atividade.

Ainda que estejam ultrapassados, ainda existem empregadores que consideram que qualquer tipo de exercício não diz respeito ao trabalho. Sendo assim, seria de responsabilidade do trabalhador, fora do expediente, cuidar da sua saúde.

De fato, os empregadores não são legalmente obrigados a garantir a ginástica laboral nas empresas ― veremos mais sobre isso adiante. Entretanto, só têm a ganhar caso o façam. Vamos entender? Acompanhe!

Evita despesas com afastamentos

Imagine que um funcionário passe horas fazendo a mesma atividade ou movimento; algo que seja intrínseco à sua função. Eventualmente, um desgaste físico pode evoluir até se transformar em uma lesão capaz de afastá-lo do trabalho.

Falamos de algo que pode acontecer com quem passa cerca de 8 horas por dia sentado diante de um computador ou com quem faz uma atividade mais pesada o dia todo. Tanto faz.

A certeza é que um funcionário afastado por questões de saúde pode representar perda financeira para a empresa.

Se o afastamento for inferior a 15 dias, além de manter o salário, a organização pode acabar sobrecarregando uma equipe para dar conta da demanda, correndo risco de ter queda de produtividade e outros afastamentos por conta da sobrecarga de trabalho.

Se o afastamento for superior a 15 dias, o INSS assume o pagamento do auxílio. Entretanto, ainda pode ser preciso gastar tempo e dinheiro com contratação temporária e treinamentos, por exemplo.

Contribui para a redução do turnover

E tem mais. Se não há zelo com a saúde e bem-estar do trabalhador, o turnover pode ser mais elevado. A alta rotatividade de funcionários também pesa no orçamento da empresa e, por isso, é uma preocupação comum.

Conseguiu entender como a ginástica laboral pode ser importante? Empregadores e trabalhadores podem sentir o impacto positivo de sua presença e negativo de sua ausência.

Melhora a produtividade

Diferente do que muita gente pensa, as pausas no trabalho tendem a ajudar na manutenção do foco e concentração em tarefas importantes.

Assim, parar por alguns minutos para fazer a ginástica laboral é importante pros resultados individuais, de equipes e da empresa como um todo.

O que diz a lei sobre a ginástica laboral?

Como mencionamos, não existe lei que determine a realização de ginástica laboral nas empresas. Ao menos, não ainda e salvo raras exceções.

A legislação trabalhista prevê, sim, que organizações precisam garantir boas condições de saúde e segurança para seus funcionários.

Isso não significa, porém, que sejam obrigadas a realizar pausas diárias para que alongamentos e outras atividades sejam feitas.

Em contrapartida, a inexistência de um texto legal em nada impede que a empresa inclua a realização da ginástica laboral em sua rotina. Junto com os especialistas que vão orientar a prática, é o RH que deve definir o momento, a duração e a frequência das pausas.

É interessante ressaltar que existem projetos de lei que buscam instituir a prática da ginástica laboral. Por ora, nos resta aguardar que tramitem e acompanhar o resultado.

Dica: sua empresa sai ganhando se implementar a ginástica laboral antes que essa se torne uma obrigação legal. Sabe por quê? A gente explica.

O processo para a adoção da prática pode ter alguns erros e acertos e tudo é menos burocrático se não exige um esforço grande para começar do zero e atender a determinações da lei, respeitando determinado prazo.

É provável que, começando antes, sua organização consiga se adequar à lei mais facilmente depois caso essa passe a existir de fato no futuro (além de já começar a se beneficiar das vantagens do exercício).

A exceção à "regra" atual

Lembra que comentamos que existem exceções na desobrigatoriedade da ginástica laboral? Pois é. Em algumas localidades a prática pode ser obrigatória Um exemplo é a lei vigente em Contagem (MG) que determina a prática da ginástica laboral.

Instituída em 27 de dezembro de 2012, a Lei nº 4578 torna a ginástica obrigatória "em todas as empresas que desenvolvam atividades que gerem esforço físico repetitivo".

Portanto, para evitar problemas, analise com cuidado a legislação em vigor na cidade de atuação da empresa, combinado?

Tipos e exemplos de ginástica laboral para aplicar na sua empresa

Existem diferentes tipos de ginástica laboral, sendo que cada uma tem sua proposta. Veja só:

Ginástica laboral preparatória

Como o termo indica, a ginástica laboral preparatória é aquela que prepara os profissionais para a jornada de trabalho. Por isso, ela é feita antes do início das atividades.

Sua proposta passa pelo alongamento e ativação dos músculos mais usados ao longo do dia para evitar lesões. Isso é feito por meio de exercícios de flexibilidade, resistência e coordenação.

Esse tipo de ginástica laboral também é positiva por favorecer a circulação sanguínea, acelerar os batimentos cardíacos e aumentar a disposição, gerando mais energia para o dia de trabalho.

Ginástica laboral compensatória

Por sua vez, a ginástica laboral compensatória acontece durante o expediente, com a realização de uma pausa muito bem-recebida pelo corpo e pela mente.

Sua proposta, como o termo indica, é compensar os movimentos repetitivos para promover um alívio para a musculatura. Os exercícios são personalizados com base na atividade exercida e envolvem alongamentos, posturas e técnicas de respiração.

Esse tipo de ginástica é interessante porque, além de ser benéfica para a saúde, ajuda a renovar os ânimos e aumentar a motivação para a sequência do dia de trabalho.

Ginástica laboral corretiva

Já a ginástica laboral corretiva é a que foca na ergonomia no trabalho, corrigindo posturas e indicando a forma correta de realizar um movimento, por exemplo.

Atualmente, muito se fala em ergonomia no escritório e, de fato, é importante que alturas e distâncias estejam bem definidas, bem como o conforto e a postura adequada.

Lembramos, porém, que também há ergonomia na hora de carregar mercadorias e operar máquinas, visando a execução correta dos movimentos.

Assim, a ginástica laboral corretiva combate questões relativas à inatividade daqueles que passam o dia sentados na frente do computador. E também propõe exercícios de força para contrabalancear efeitos da atividade mais braçal.

Ginástica laboral de relaxamento

Por último, mas não menos importante, temos a ginástica laboral de relaxamento que busca oxigenar os músculos e reduzir os níveis de estresse.

Como é de se imaginar, trata-se de uma ginástica feita ao final do expediente para minimizar o esgotamento e aumentar a sensação de bem-estar.

Tanto quem trabalha em escritório quanto quem se movimenta mais ao longo do dia pode acumular ácido lático nos músculos por tensão ou esforço. A proposta do relaxamento é otimizar a liberação desse ácido em razão de seu potencial para gerar dor.

Para tanto, técnicas leves de massagem, bem como exercícios de respiração e meditação são sugeridos.

Benefícios da ginástica laboral para a empresa

Agora que você sabe tudo isso, já conseguiu entender o que uma empresa tem a ganhar com a ginástica laboral? Vamos te ajudar a esclarecer as coisas, confira:

Diminui a sensação de fadiga

Independentemente do tipo, a ginástica laboral promove saúde e bem-estar. Entre os ganhos, a redução da sensação de fadiga está sempre presente porque as pausas para descansar a mente e movimentar o corpo têm esse efeito.

Melhora o foco e concentração

Como haveria de ser, funcionários que se sentem menos fatigados se sentem também mais preparados para executar suas tarefas.

Em outras palavras, o que sua empresa ganha ao apostar na ginástica laboral pensando no bem-estar é profissionais mais focados e prontos para cumprir com suas responsabilidades.

Deixa o ambiente de trabalho mais leve

A ginástica laboral também contribui para a melhora da saúde mental dos funcionários. Afinal, se há menos fadiga e mais disposição para trabalhar, há também menos estresse e mais bom humor.

Com isso, podemos dizer que a ginástica laboral contribui para um clima organizacional mais leve porque, ao impactar indivíduos, também têm efeito sobre as equipes.

Melhora a percepção dos colaboradores sobre a empresa

Uma das consequências de todo esse impacto positivo que a ginástica laboral promove é a forma como cada trabalhador enxerga a empresa.

Já ouviu falar em employer branding? A visão que os funcionários têm da marca empregadora influencia a rotatividade e a capacidade da organização em atrair talentos.

Quando percebem que seu bem-estar é uma preocupação para a empresa, funcionários passam a ter uma visão mais positiva do empregador. A ginástica contribui para isso.

Atende a norma regulamentadora  NR-17

A Norma Reguladora 17, também conhecida como Norma da Ergonomia apresenta regras a serem conhecidas e seguidas pelas empresas.

O texto legal aborda o cuidado que o empregador tem que ter para que as condições de trabalho atendam "às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente".

Com base nisso e nos demais artigos da NR, a ginástica laboral ajuda uma organização a estar em conformidade com as determinações feitas.

Pode diminuir o uso do plano de saúde

Por fim, destacamos que por prevenir lesões e outros problemas de saúde, a ginástica laboral pode  reduzir a necessidade do uso do plano de saúde.

Os exercícios podem diminuir a probabilidade de doenças e acidentes relacionados ao trabalho e, com isso, tem o potencial de diminuir também o número de consultas, exames e demais procedimentos médicos.

Exercícios de ginástica laboral para começar na sua empresa

O ideal é que a ginástica laboral seja definida e orientada por profissionais da educação física ou da fisioterapia. Isso é importante para que exercícios adequados sejam definidos e para que a execução correta seja ensinada.

Com isso em mente, listamos abaixo alguns exercícios mais simples que podem marcar o início da ginástica em sua empresa. Veja só:

  1. Postura e respiração

Começamos com um exercício que pode ser feito na cadeira de trabalho, uma vez que afastada da mesa.

O funcionário deve se sentar com as costas retas, imaginando que um fio imaginário está no alto da cabeça, puxando-o para cima. Os pés devem estar firmes no chão.

Ao assumir essa postura, deve girar o ombro para trás, repetindo o movimento enquanto respira profundamente algumas vezes.

  1. Relaxamento para pescoço e coluna

Mantendo a postura, o funcionário pode deixar que o pescoço tombe para trás por alguns segundos. Na sequência pode movimentar o queixo para baixo e descer a cabeça.

Para relaxar a coluna, vale levar as mãos ao chão, fazendo com que o corpo fique apoiado nas pernas. A postura deve ser mantida por alguns minutos, junto a uma respiração neutra (normal).

  1. Alongamento para os braços

Outro exercício de ginástica laboral é feito com a postura novamente ereta e ombros relaxados. A ideia é levar os braços para trás da cadeira e tentar juntar as mãos por alguns segundos.

É normal não conseguir alcançar esse objetivo de início e, à medida que a flexibilidade for melhorando, é provável que o funcionário consiga segurar punhos, antebraços e até cotovelos.

  1. Alongamento de pernas

Ainda na cadeira e mantendo a postura, o funcionário deve elevar as duas pernas de modo que fiquem paralelas ao chão. Na sequência deve esticar a ponta dos pés para alongar o peito do pé.

Depois de alguns segundos, deve fazer o movimento oposto, levando a ponta do pé para trás e deixando que o calcanhar se projete frontalmente.

O exercício também favorece a circulação, outro componente importante para evitar dores.

Home office e ginástica laboral: como o RH pode incentivar?

Tradicionalmente, a ginástica laboral é praticada no ambiente de trabalho. É por essa razão que existem empresas que até reservam um espaço especial para a prática.

Acontece que o home office e o trabalho híbrido são cada vez mais comuns no universo corporativo. Como fica a realização da atividade nesse contexto?

Entendemos que a empresa pode incentivar que os funcionários se alonguem e sigam outras técnicas comuns da ginástica laboral mesmo trabalhando de casa.

Ambas as partes continuam se beneficiando da ginástica, ainda que o trabalho remoto seja uma realidade. Afinal, o que temos é uma mudança com relação ao local de trabalho. As horas na frente do computador, por exemplo, permanecem.

Orientações

Existem empresas que emprestam uma estação de trabalho remoto aos seus funcionários. Isso significa que mesa, cadeira e monitores chegam à casa do trabalhador.

Quando isso acontece, pode ser mais fácil padronizar uma montagem que favoreça uma boa postura no home office. Porém, é possível e válido passar essas orientações em qualquer situação.

Sendo assim, a organização pode desenvolver uma cartilha que oriente sobre ergonomia. A ideia é compartilhar dicas sobre altura ideal da mesa, da cadeira, do apoio de braços, assim como a distância entre a pessoa e a tela do computador.

Para desenvolver essa cartilha, é interessante contar com a expertise de um fisioterapeuta do trabalho e, de preferência, recursos visuais para que seja mais fácil compreender as orientações.

Exercícios

Os mesmos exercícios feitos no espaço da empresa, e que apresentamos anteriormente, podem ser repetidos em casa ou onde quer que o trabalhador esteja.

Para incentivar e garantir uma prática correta mesmo à distância, a organização pode produzir vídeos curtos que orientem como fazer cada exercício. Eventos esporádicos com transmissão ao vivo também são bem-vindos.

Esses são mais exemplos de materiais que podem ser criados em parceria com o fisioterapeuta do trabalho.

Além de explicar como fazer a ginástica laboral, uma indicação do porquê de cada exercício pode ajudar a assimilar a importância e não ignorar a prática.

Lembretes

Além disso, a empresa pode usar a tecnologia para disparar lembretes diários pelo canal de comunicação interna para que todos façam suas pausas e a ginástica.

Caso o RH considere válido, estratégias de gamificação também podem ser usadas em uma tentativa de assegurar que os trabalhadores realmente se exercitem nos momentos sugeridos.

Conclusão

Com base nos exemplos dados, é possível perceber que a ginástica laboral pode ser bem simples; o que ajuda a considerar sua implementação.

Tenha em mente que pode ser necessário escolher exercícios menos genéricos e mais alinhados com as atividades de cada funcionário. Algo que ressalta a necessidade de orientação profissional.

Seja como for, como vimos, a ginástica laboral tem benefícios para trabalhadores e empresas!

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