O papel da liderança de RH nunca foi tão complexo e, ao mesmo tempo, tão estratégico. Entre a aceleração trazida pela inteligência artificial, as novas demandas por saúde e bem-estar e a constante necessidade de inovar na gestão de pessoas, manter a competitividade exige mais do que conhecimento: exige prática e conexão.
Foi com esse objetivo que a Pipo Saúde promoveu o Gente, Gestão & Futuro 2025, um evento exclusivo que se consolidou como o principal ponto de encontro para líderes de RH no Brasil. Na terceira edição, o GG&F reuniu mais de 400 lideranças para um dia de debates sobre os temas que estão moldando o futuro do trabalho, com o patrocínio de empresas como o iFood Benefícios e Vidalink.
Neste artigo, compilamos os principais insights e aprendizados do evento, com base nas discussões com especialistas que vivem os desafios da gestão de pessoas no dia a dia. Vamos lá?
O CHRO como conselheiro estratégico na mesa de decisões
Um dos temas centrais do evento foi a evolução do RH de uma área operacional para um parceiro estratégico do negócio. E foi com essa provocação que aconteceu o primeiro painel, mediado por Thiago Torres, VP e co-fundador da Pipo Saúde, com Bruno Junqueira, CHRO da Petlove, Luiz Felipe Massad, CHRO da Omie e Flavio Pesiguelo, líder do comitê de pessoas da Dengo Chocolates.
A mensagem principal da discussão e que deve moldar o objetivo de CHROs daqui pra frente é de o papel exige, hoje, a capacidade de traduzir o valor das pessoas em métricas de negócio e ROI.
Historicamente, o RH precisava lutar por seu espaço, mas hoje a afirmação vem por meio de dados. O CEO está focado no retorno sobre o investimento e cabe à liderança de RH comprovar suas ações com números e não achismos. Ao abordar o burnout, por exemplo, não basta falar em absenteísmo; é preciso mostrar como isso impacta a receita da empresa.
Outro ponto importante foi sobre a atuação do CHRO como arquiteto da mudança, responsável por preparar a empresa para o sucesso e os desafios do desdobramento das estratégias. Isso significa provocar o sistema e articular a empresa para que ela esteja pronta para as transformações, como a transição para um modelo de negócio digital em uma estrutura tradicionalmente hierárquica.

Inovação, IA e a jornada dos jovens talentos
Inovação deve ser um dos pilares do RH e, por isso, também foi um dos temas centrais do Gente, Gestão & Futuro 2025, com Michel Mendes, HR no iFood e Deborah Abi-Saber, VP de Pessoas no QuintoAndar como representantes do tema.
Michel trouxe uma provocação importante sobre o RH adotar uma visão de "produto" para a agenda de benefícios. Isso implica em uma imersão para entender as dores e necessidades dos colaboradores, desenhando um pacote de benefícios flexível e valioso, assim como um "gerente de produto" faria.
Ele também destacou que a inovação não precisa ser grandiosa, pelo contrário: ela deve começar com projetos menores, como "jetskis", que podem gerar um impacto gigante e transformar a área. É importante pensar a IA como uma aliada fundamental para otimizar tarefas operacionais, permitindo que o RH se concentre em agendas de maior impacto, como desenvolvimento de lideranças e planejamento de sucessão.
Já Deborah trouxe um outro viés para a discussão: a jornada de jovens talentos na era da IA. Contrariando o receio de que a tecnologia diminua vagas de entrada, ela argumenta que os jovens são aceleradores da mudança, pois já trazem a mentalidade da IA em sua forma de trabalhar.
A estratégia mais sustentável é "desenvolver em vez de comprar", apostando na formação interna para evitar a inflação salarial do mercado de profissionais de IA, segundo ela.
Outro ponto importante foi a mudança de mentalidade de "cultural fit" para "cultural add”, um conceito que entende cultura como mutável e que novas pessoas adicionam à cultura ao invés de apenas se adaptarem a já existente.
As novas gerações forçam as empresas a evoluir, e o RH deve estar aberto para entender as novas formas de trabalhar que os jovens propõem, afinal, elas podem ser muito mais eficientes.

Bem-estar e saúde mental como pilares estratégicos
Manoela Mitchell, CEO da Pipo Saúde mediou um painel estratégico com Mariana Ferrão, CEO da Soul.me e comunicadora, e Gustavo Locatelli, professor de saúde mental e head de saúde global, para falar sobre a visão de produtividade das empresas e saúde mental.
A ideia de que a produtividade, hoje, está ligada à capacidade de inovar e um colaborador sobrecarregado não consegue criar foi o ponto principal da discussão. Por isso, o bem-estar deve, mais do que nunca, ser um aliado direto da produtividade.
Os dados da Pesquisa de Benefícios 2025 da Pipo Saúde confirmam essa tendência. Os investimentos em saúde mental e bem-estar cresceram 20% em relação ao ano anterior, e 59% das empresas já oferecem iniciativas voltadas à saúde mental.
A discussão também apontou que o engajamento em iniciativas de saúde ainda é muito impulsionado pela "dor", seja ela pessoal ou a "dor do resultado" na empresa, como o aumento de afastamentos. As empresas precisam inverter essa lógica, criando engajamento pelo pertencimento e por um ambiente de trabalho com menos competição e mais colaboração.
Ainda na temática sobre saúde mental, Arthur Geise, Diretor Médico na Pipo Saúde, abordou o aumento do consumo de medicamentos para saúde mental pela Geração Z no painel com Luiz Gonzalez, CEO da Vidalink.
Ele reforçou a visão de que isso não deve ser visto como fragilidade, mas como um movimento de "early adopters" de uma nova cultura que questiona valores estabelecidos, o que naturalmente gera atrito e sofrimento.

Diversidade e pertencimento como alavanca de negócios
Gabriela Augusto, fundadora da Transcendemos e Hóttmar Loch, CEO da NohsSomos deixaram claro que diversidade e inclusão são uma estratégia de negócio, não apenas uma pauta social.
A estratégia de D&I deve estar ligada a resultados financeiros em três frentes: cultura organizacional (evitando custos com assédio), novos negócios (conectando-se com clientes diversos) e segmentação de mercado (atendendo a populações como a Geração Z, onde 34% se identifica como LGBTQIA+ no Brasil).
Vale ressaltar que, embora exista um movimento conservador nos EUA, o contexto brasileiro, com sua maior diversidade demográfica, exige uma aceleração das pautas de D&I - e não o contrário. Para gerar inovação, é preciso diversidade e o desconforto que ela provoca, transformando a fricção em criatividade.
O futuro da diversidade e inclusão nas empresas está em transformar colaboradores de uma audiência para uma comunidade, o que gera segurança psicológica e pertencimento.

O RH no centro da estratégia
O Gente, Gestão & Futuro 2025 reforçou que o setor de RH está em uma posição cada vez mais estratégica e analítica. Os debates deixaram claro que temas como inteligência artificial, bem-estar, saúde mental e diversidade não são mais tendências, mas sim pilares fundamentais para a sustentabilidade e o sucesso dos negócios.
Para as lideranças de RH, o desafio é traduzir essas pautas em valor para o negócio, provando com métricas e ROI o impacto positivo de uma gestão de pessoas mais humana, inovadora e estratégica. Assim como aponta a edição de colaboradores da Pesquisa de Benefícios 2025 da Pipo Saúde, a saúde dos funcionários é a peça central da estratégia das empresas e as gerir exige dados, previsibilidade e decisões personalizadas.
Acesse o estudo na íntegra e complemente a sua estratégia de benefícios.

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