Liderança transformacional: utilizando o máximo do seu time

Por

Larissa Reis

Por

Publicado em

1/5/23

A liderança transformacional é um modelo em que líderes inspiram e incentivam as pessoas lideradas a inovar e promover mudanças positivas a favor da empresa. Vem dessa força conjunta a ideia de uma "transformação" em prol do sucesso.

Embora a conversa acerca desse modelo de liderança esteja ganhando mais força nos últimos tempos, o conceito não é tão novo assim, tendo surgido na década de 1970. À época, o sociólogo James V. Downtown abordou o assunto no livro Rebel Leadership: Commitment and Charisma in a Revolutionary Process.

De lá pra cá, outros pensadores como James MacGregor Burns e Bernard M. Bass deram suas contribuições, fundamentando uma forma de liderança que pode ser muito útil em sua empresa. Saiba mais!

Neste post, você verá:

Lideranças transformacional e transacional

A liderança transacional é um modelo mais tradicional, baseado em uma hierarquia rígida em que o líder atua mais como um chefe. Assim, embora os termos sejam parecidos, as práticas estão em linhas opostas.

No modelo transacional, as decisões seguem o fluxo top-down, havendo pouco espaço para diálogo ou para a contribuição da equipe no processo decisório. A pressão por resultados é maior, de forma que o esperado é que a equipe obedeça a regras rígidas para alcançar os resultados desejados.

Percebe como é algo diferente do que a liderança transformacional propõe? Na liderança transacional, o chefe não tem o papel de inspirar pelo exemplo, tampouco foco em oferecer suporte para sua equipe de forma a entender como motivar cada profissional, individualmente, a alcançar seu máximo desempenho.

Assim, é natural pensar que, sendo basicamente o oposto disso, a liderança transformacional é sempre a mais recomendada. Então, cabe fazer a ressalva de que ambos os modelos podem existir em uma mesma organização a depender do objetivo de momento e de outros fatores.

Modelos mais tradicionais de liderança ainda podem fazer muito sentido em processos mais operacionais, por exemplo. É preciso avaliar cada caso com cuidado.

Elementos da liderança transformacional

Lembra-se de que mencionamos Bass como um dos pensadores que da liderança transformacional? No livro Leadership and Performance Beyond Expectations, publicado na década de 80, ele apresentou quatro elementos básicos para esse modelo de liderança:

  1. Influência idealizada;
  2. Motivação inspirada ou inspiracional;
  3. Estímulo intelectual;
  4. Consideração individualizada.

Há quem entenda que cada um desses pontos dá origem a um tipo de liderança transformacional diferente, mas não é bem assim. Em um cenário ideal, todos existem ao mesmo tempo.

Influência idealizada

Nesse modelo de liderança, líderes influenciam as pessoas lideradas mostrando um comportamento ideal, assim, colocam-se como um exemplo a ser seguido por toda a equipe. É o famoso "liderar pelo exemplo".

Assim, realizar o trabalho com qualidade e ética, e respeitar os valores da organização são princípios que devem estar presentes no dia a dia de quem lidera para que os demais ajam da mesma forma.

Essa postura de quem lidera favorece o alinhamento da visão coletiva e o fortalecimento da cultura da empresa. Para que funcione, além do exemplo, a liderança deve apostar em feedbacks construtivos como prática constante.

Motivação inspirada ou inspiracional

A motivação de quem lidera também deve servir de inspiração na liderança transformacional. Isso significa que a paixão pelo trabalho, pela entrega e pelos resultados deve ser contagiante.

Isso demanda, entre outras habilidades, uma comunicação clara e positiva, capaz de transmitir confiabilidade e dar orientações claras para o time sobre como fazer e por que fazer. Algo que considere o grupo como um todo e cada pessoa da equipe de forma individual também.

É sempre bom ressaltar que, para ser capaz de inspirar, a liderança precisa conhecer bem cada membro da sua equipe. O que faz total sentido com o objetivo da liderança transformacional de extrair o máximo de cada profissional.

Estímulo intelectual

Ainda, nesse modelo de liderança, as decisões não são top-down. Diferente disso, há espaço para que todos contribuam e, para tanto, a liderança deve estimular o pensamento crítico e a capacidade de resolver problemas

Partindo do entendimento de que as pessoas que compõem a equipe são inteligentes e capacitadas, essa liderança deve engajá-las a apresentar ideias e soluções inovadoras para um problema ou para um objetivo.

Quanto a isso, lembre-se de que a liderança transformacional busca promover mudanças positivas e é por isso que o estímulo à intelectualidade e à criatividade é tão bem-vindo.

Consideração individualizada

Por fim, é preciso entender que a liderança transformacional é um modelo mais humanizado e que considera as individualidades de cada pessoa da equipe para a distribuição de tarefas e estratégias de engajamento e desenvolvimento profissional.

Sendo assim, além de mirar o todo, quem exerce a liderança precisa ter empatia e inteligência emocional para compreender e saber como causar um impacto positivo em cada membro da equipe.

Objetivos da liderança transformacional

Os principais objetivos da liderança transformacional são dar ferramentas para que gestores sejam capazes de liderar pelo exemplo e estimular suas equipes a promoverem mudanças positivas na empresa.

Isso nos leva a ressaltar que esse modelo de liderança busca inspirar as pessoas a usarem a criatividade e atuarem com mais autonomia para sugerir e implementar medidas que impactem positivamente os resultados.

Quando explicamos a diferença entre a liderança transformacional e a transacional, destacamos que não existe somente uma correta justamente por isso: é preciso considerar os objetivos para escolher um modelo que faça sentido.

Assim, para que a liderança transformacional promova os resultados que visa tornar reais, é necessário que a organização esteja de acordo com uma hierarquia menos rígida em que gestores não precisem atuar como chefes, apenas dando ordens.

Quais as competências necessárias?

Além do aval da organização, é preciso que a pessoa que exerce a liderança seja alguém capaz de praticar diariamente aquilo o que demanda do restante da equipe.

Outras habilidades necessárias para aplicar a liderança transformacional são:

Capacidade de cooperação

O exercício da liderança transformacional se baseia no entendimento da importância da cooperação e do trabalho coletivo, dando abertura para que a equipe contribua com ideias e exerça sua autonomia.

Para entender melhor, basta ter em mente o cenário oposto em que líderes autoritários demandam que as coisas sejam feitas à sua maneira e que ordens sejam obedecidas sem abertura para questionamentos ou troca de ideias.

Na liderança transformacional, é preciso mais flexibilidade e capacidade de se ver como parte da equipe e não somente como uma figura hierarquicamente superior.

Capacidade de automotivação

Antes de inspirar outras pessoas, quem exerce esse tipo de liderança deve ser capaz de se motivar para que, então, seu entusiasmo pelo trabalho seja percebido e cause um impacto positivo em toda a equipe.

Isso é fundamental porque falamos em contexto em que se deve liderar pelo exemplo. Assim, além de ética e responsável, a conduta de quem lidera não pode ser dependente de estímulos externos.

Visão e comunicação claras

Ainda, para ser capaz de inspirar, quem exerce a liderança transformacional precisa ter clareza dos objetivos que deseja alcançar e ser capaz de comunicar essa visão de forma objetiva e simples.

Essa é uma habilidade que demanda capacidade analítica, visão de negócios e de mercado. Do contrário, essa liderança não será capaz de vislumbrar e compartilhar objetivos estratégicos, tampouco acolher ideias criativas inovadoras que possam levar a eles.

Bom relacionamento interpessoal

Falar de relacionamento interpessoal inclui falar de empatia, inteligência emocional e boa capacidade de se comunicar e se conectar com pessoas.

Isso é crucial para a liderança transformacional porque tudo depende da capacidade de quem lidera em entender cada pessoa da equipe e saber como estimulá-las a alcançar seu máximo desempenho.

Um desafio que se ancora na construção de bons relacionamentos baseados em confiança, trocas propositivas e até mentorias.

Passo a passo para aplicar esse tipo de liderança

Com base no que apresentamos até aqui, alguém que almeja exercer esse tipo de liderança já tem as informações que precisa para saber como se desenvolver. Assim, nosso passo a passo foca mais no papel do RH nesse processo. Confira:

  1. Analisar a adequação dos objetivos da empresa;
  2. Adotar ações para uma cultura de inovação;
  3. Escolher ou capacitar líderes;
  4. Fomentar uma cultura de feedbacks;
  5. Adotar medidas de engajamento.

Certamente, nada disso deve ser feito somente por iniciativa do RH. Além de demandar o aval da alta-gestão, cada passo pode precisar do apoio de outros setores e das pessoas da empresa como um todo. Vamos entendê-los melhor!

Analisar a adequação dos objetivos da empresa

Como já mencionamos, a liderança transformacional deve fazer sentido para os objetivos de momento da organização, de um departamento ou equipe.

Do contrário, todo esforço de aplicação desse modelo de liderança resultará em frustração e não será capaz de gerar os resultados esperados. Assim, não é uma mudança que o RH pode começar a implementar do dia para a noite.

A viabilidade deve ser analisada e o como fazer deve ser devidamente estudado e estruturado. Isso porque mudanças gradativas e profundas podem ser necessárias, o que demanda cautela na execução.

Adotar ações para uma cultura de inovação

Uma das formas de preparar o terreno e favorecer a liderança transformacional é adequar a cultura organizacional para esse modelo de liderança, fomentando a abertura à mudança e a ideias disruptivas.

Isso porque a proposta passa por inspirar equipes a promover uma transformação positiva. Para tanto, a organização precisa estar preparada para lidar com tudo o que uma cultura de inovação envolve, incluindo seus riscos e os erros do processo.

A alta-gestão precisa comprar a ideia, a liderança precisa estar preparada para analisar quais riscos são válidos e quais não, e as pessoas precisam ter abertura para errar sem temer que isso as prejudique gravemente.

Escolher ou capacitar líderes

Ainda, como haveria de ser, é preciso contar com pessoas que tenham o perfil e as competências certas para exercer a liderança transformacional.

Para tanto, o RH pode abrir um processo seletivo para contratar pessoas alinhadas com a proposta e com a cultura da empresa ou capacitar lideranças em potencial que já façam parte do quadro de funcionários. Algo que pode ser feito por meio de iniciativas de educação corporativa e outras.

Em todo caso, é fundamental pensar tanto nas habilidades que apresentamos quanto na identificação com a missão, visão e valores da organização. Isso porque, ao liderar pelo exemplo, essa pessoa vai promover um alinhamento de pensamento e conduta que precisa condizer com o que a empresa defende.

Fomentar uma cultura de feedbacks

Outro passo importante é fazer com que a troca de feedbacks construtivos se torne algo comum na empresa.

Para que a liderança transformacional extraia o melhor de cada profissional, é preciso que essas pessoas sejam inspiradas e orientadas. Assim, é fundamental que tenham retornos sobre o que estão fazendo bem, o que podem melhorar e como.

Também é interessante que essa troca ocorra nos dois sentidos, permitindo que a liderança também tenha a oportunidade de se aprimorar. Isso é algo que também contribui para que as pessoas da equipe se sintam mais à vontade para compartilhar suas ideias em qualquer situação.

Adotar medidas de engajamento

Por fim, o RH precisa pensar em estratégias que favoreçam o engajamento porque isso não é algo que deve ficar sob responsabilidade exclusiva de quem lidera.

Junto com a alta-gestão, e partindo de análises baseadas na gestão de pessoas, é possível definir medidas como a criação e aplicação de um plano de carreiras, bem como a concessão de benefícios diversos, adequados ao público interno.

No fim das contas, embora a liderança transformacional dependa muito de quem a conduz, todo o contexto e as possibilidades que a organização oferece também influenciam.

Exemplos de líderes transformacionais

Para encerrar, alguns bons exemplos de líderes transformacionais são: Steve Jobs, da Apple, Reed Hastings, da Netflix, Oprah Winfrey e Luiza Trajano, do Magazine Luiza. Vem entender o porquê!

Steve Jobs

Considerado um dos maiores exemplos de liderança transformacional do mundo, Jobs exercia uma liderança versátil, com foco em produtividade e consistência para desenvolver uma das empresas mais inovadoras do mundo, a Apple.

Reed Hastings

Fundador da Netflix, a visão e capacidade de inspiração de Hastings foi fundamental para inaugurar uma nova era no consumo de mídia visual no planeta: o streaming de vídeo.

Oprah Winfrey

Conhecida como a "Rainha de todas as mídias", Oprah Winfrey é uma das mulheres mais influentes do mundo não só para seus funcionários, mas para milhões de pessoas, sobretudo mulheres negras. É um dos destaques globais de liderança transformacional.

Luiza Trajano

Aqui do Brasil, Luiza Trajano é exemplo de liderança transformacional por ser capaz de usar sua empatia e carisma para inspirar as pessoas ao seu redor a colaborarem para a conquista de resultados e a realização da sua visão de negócios.

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