Plano de saúde com coparticipação: Guia definitivo para RHs | Parte II

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Pipo Saúde

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Publicado em

19/11/24

Com a crescente adoção dos planos de saúde com coparticipação, surge uma pergunta essencial para qualquer área de RH: como fazer a mudança  sem comprometer a saúde financeira e o bem-estar dos colaboradores?

Afinal de contas, tão importante quanto saber as melhores práticas antes de escolher a sua nova corretora, é decidir entre as modalidades de planos de saúde existentes.

Para te dar contexto:, de acordo com nossa última pesquisa, o uso dos planos de saúde com coparticipação subiu de 52% para 65% no intervalo 2023-2024. 

Já quando analisamos a quantidade de empresas que pagam o plano de saúde dos colaboradores na íntegra, os números mostram uma retração de 60% para 45%

Os dados indicam que a tendência do mercado é clara: as organizações estão migrando da modalidade sem coparticipação para a com coparticipação

Mas é preciso conhecer o novo terreno antes de dar os primeiros passos, concorda?

Esse conhecimento ajuda não apenas a alinhar benefícios com o bem-estar dos colaboradores, mas também a otimizar os custos e o orçamento da empresa

Ah, você deve ter visto que esse artigo é a segunda parte do nosso guia para RHs. No primeiro conteúdo, discutimos o funcionamento básico e as vantagens gerais dos planos com coparticipação.

Na Parte I, vimos:

  • O que é um plano de saúde coparticipativo? 
  • Como funciona um plano quando ele é coparticipativo? 
  • Regras para um plano ser coparticipativo, segundo ANS. 
  • Planos com e sem coparticipação: qual a diferença? 
  • Quais as vantagens do plano de saúde coparticipativo? 

Já no conteúdo de hoje, nosso foco se volta para os detalhes financeiros e as estratégias de gestão e controle de benefícios que envolvem a coparticipação em planos de saúde empresariais. 

Veja o que você vai aprender agora, na Parte II:

  • Como funciona a cobrança do plano de saúde com coparticipação?
  • Entenda as diferença entre coparticipação e contribuição.
  • Saiba as diferença entre franquia e coparticipação.
  • Como saber se o plano de saúde com coparticipação vale a pena financeiramente?
  • Quem determina se o plano será com coparticipação ou pago inteiro pela empresa?

Se você já entendeu os sinais de alerta na hora de escolher entre as melhores corretoras de saúde, é preciso entender todos os detalhes da contratação do plano de saúde, incluindo a escolha do modelo de coparticipação. 

Segue com a Pipo!

#01 Como funciona a cobrança do plano de saúde com coparticipação?

A operadora e a empresa, em conjunto,definem a taxa a ser paga pelo beneficiário de acordo com cada procedimento realizado. Como mencionamos no conteúdo anterior, esse índice fica entre 10% e 30% do valor integral.  

Além disso, não existe uma definição de limite mensal ou anual para as coparticipações, apesar de algumas operadoras/seguradoras definirem um limite mensal para desconto. Nestes casos, o valor excedente é jogado para desconto no mês subsequente. 

Já sobre o prazo para cobrança de coparticipação em planos de saúde empresariais, os gastos costumam ser descontados na folha de pagamento em até 90 dias após o procedimento. 

No caso de internações, o valor de coparticipação deve ser único e monetário. Isso significa que a operadora não pode realizar a cobrança considerando cada procedimento adotado durante a internação do beneficiário, como consultas, exames, terapias. 

É bom lembrar: de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o percentual de pagamento, assim como outros itens precisam estar explícitos no contrato vigente. 

➔ Coparticipação e dependentes: como funciona essa relação?

Aqui, vale entrar no detalhe dos dependentes do titular do plano de saúde com coparticipação. 

Nesta modalidade de plano empresarial, é possível incluir os dependentes, assim como ocorre em pacotes mais tradicionais. Da mesma forma, como o pagamento é descontado na folha salarial do próprio funcionário, funciona da mesma maneira com o dependente. 

Na Parte I deste Guia, falamos do exemplo de Joana. Vamos voltar à realidade de nossa amiga trabalhadora:

Sua filha, Mariana precisou de uma consulta com um oftalmologista no valor de R$ 200 e realizou um exame para verificar os níveis de astigmatismo e miopia no valor de R$ 100. 

Como o plano oferecido pela empresa de Joana tem coparticipação de 20%, após realizar os procedimentos, o custo da porcentagem referente à coparticipação da consulta e do exame, ou seja, R$ 60, cai direto para a folha salarial. 

Se os procedimentos fossem feitos pela própria Joana, o trâmite seria o mesmo. Em outras situações, como planos familiares contratados a partir de um CNPJ, quem deve arcar com o pagamento é o titular. 

#02 Diferença entre coparticipação e contribuição 

É importante não confundir coparticipação e contribuição. 

Apesar de serem termos parecidos, eles possuem significados completamente diferentes.

Segundo a Resolução da ANS nº 279, contribuição é qualquer valor pago pelo empregado, inclusive com desconto em folha de pagamento, para custear parte ou integralmente o plano oferecido pelo empregador. 

Entretanto, o texto também apresenta algumas exceções. 

Não são consideradas contribuições para direito à manutenção do plano de saúde coletivo: 

  • a coparticipação;
  • a franquia paga única e exclusivamente em procedimentos de assistência médica ou odontológica;
  • os valores relacionados aos dependentes e agregados. 

Entendeu a diferença entre coparticipação e contribuição? 

A coparticipação ocorre quando um funcionário paga parte de um procedimento médico coberto pelo plano

Já a contribuição se caracteriza como o valor pago pelo empregado para custear parte ou integralmente a mensalidade do plano de saúde, sem incluir a coparticipação. 

Vale ressaltar que quando um funcionário é demitido sem justa causa ou se aposenta, ele pode ter direito a continuar usufruindo do plano de saúde por um período pré-determinado e realizar o pagamento da mensalidade por conta própria. 

Mas isso só é permitido legalmente se o colaborador realizou uma contribuição para o pagamento do plano corporativo durante o vínculo empregatício. 

#03 Diferença entre franquia e coparticipação 

Mais um termo que é bom ter na ponta da língua quando o assunto é plano de saúde com coparticipação. 

A franquia de um plano de saúde é quando se estabelece um valor máximo de responsabilidade de cobertura pela operadora. Esse valor serve tanto para reembolso quanto para pagamento do atendimento em rede credenciada. 

Quem escolhe um plano de saúde com franquia, além da mensalidade, paga o valor integral dos procedimentos até o valor estabelecido pela operadora. 

Esse tipo de plano é mais comum fora do Brasil.

Então, no caso da operadora definir em contrato uma franquia de R$ 1 mil, por exemplo, todos os procedimentos que o usuário realizar ele vai pagar até chegar na marca de R$ 1 mil e, a partir daí, é a operadora quem será responsável pelo pagamento. 

#04 Como saber se o plano de saúde com coparticipação vale a pena financeiramente? 

A pergunta que todo RH vai se fazer em algum momento, quando estiver lidando entre as possibilidades de oferecer planos de saúde coparticipativos ou sem coparticipação. 

Antes de qualquer coisa: pegue o valor das duas opções de plano de saúde corporativo.

Vamos supor que o plano tradicional, sem coparticipação, custe R$ 300 por mês por colaborador, enquanto o plano de saúde com coparticipação custa R$ 180 por mês. 

* Isso representa uma economia de R$ 120 mensalmente e R$ 1.440 por pessoa colaboradora. 

Agora, vamos entender qual é a taxa comum de consultas e exames para o plano de saúde com coparticipação: se a cada consulta o beneficiário gastar R$ 40, significa que, para valer a pena financeiramente, ele terá que fazer pelo menos 36 consultas por ano

O mesmo raciocínio pode ser ampliado considerando outros procedimentos, como exames que a pessoa colaboradora acredita que vai precisar fazer. 

Aqui, a resposta para a comparação entre plano de saúde com coparticipação ou sem vem de entender de qual combina com a estratégia da oferta do benefício  ou o perfil dos colaboradores da sua empresa.  

#05 Quem determina se o plano será com coparticipação ou pago inteiro pela empresa? 

Aqui, o poder está nas suas mãos, RH: no plano de saúde empresarial, a empresa define o tipo de convênio junto com o corretor de seguros e a operadora de saúde. 

Também é importante considerar aspectos além do custo direto, como por exemplo o valor percebido pelos colaboradores. Por isso, é importante entender se a modalidade atende os objetivos traçados pelo planejamento da oferta do benefício.

Veja tudo o que pode ‘entrar em jogo’ na hora da escolha da modalidade ideal:

1. Perfil demográfico e necessidades de saúde das pessoas colaboradoras

Avaliar a faixa etária, perfil de saúde e frequência de uso dos serviços de saúde pelos colaboradores. 

Uma empresa com colaboradores mais jovens ou com boa saúde provavelmente usam menos o plano de saúde, logo, devem sentir menos o impacto da coparticipação, enquanto colaboradores com condições crônicas podem sentir mais. 

De novo: é muito importante entender o objetivo a ser atingido com o benefício. 

2. Impacto na atração e retenção de talentos

Como citamos brevemente acima: o tipo de plano de saúde oferecido pode ser um diferencial competitivo

Empresas que custeiam o plano de saúde integralmente podem ter uma vantagem ao atrair e reter talentos, pois muitos profissionais vêem o benefício como um indicativo de valorização. 

No entanto, um plano com coparticipação, mas que oferece uma boa rede credenciada, por exemplo, pode ser mais bem quisto em comparação a um sem coparticipação. 

3. Engajamento e satisfação dos colaboradores

É importante considerar como a mudança para um plano com coparticipação pode afetar a satisfação dos colaboradores. 

Uma percepção de aumento de custo pode ser equilibrada com outras iniciativas, como cuidados com a saúde mental das equipes.

4. Previsibilidade e Controle de Custos

Um ponto altamente positivo da coparticipação para as finanças da empresa é que essa modalidade ajuda a controlar custos de saúde, especialmente para empresas que observam uso excessivo do plano ou mesmo uma alta incidência de desvios em seu uso. 

Isso contribui para o uso consciente, mantendo a sinistralidade mais controlada, o que permite  previsibilidade orçamentária e reduz os reajustes anuais. 

Ainda assim, é essencial monitorar regularmente se a coparticipação está promovendo um uso consciente ou criando barreiras para o cuidado preventivo.

5. Alinhamento com a Cultura e valores da empresa

O modelo de plano de saúde deve sempre refletir a cultura organizacional e os valores da empresa. 

Empresas que buscam incentivar o uso responsável do benefício podem optar por um plano com coparticipação, alinhando-o a programas de conscientização sobre saúde e autocuidado.

Resumindo, cada um desses aspectos contribui para uma decisão bem fundamentada e aumenta as chances de uma implementação bem-sucedida do plano de saúde empresarial, que é valorizado pelos colaboradores e altamente sustentável para a empresa.

Conclusões sobre a questão financeira do plano de saúde com coparticipação

Para fechar o guia de hoje: o plano de saúde com coparticipação surge como uma alternativa estratégica para empresas que buscam equilibrar os custos do benefício com o bem-estar dos colaboradores e manter o benefício sustentável a longo prazo. 

Definitivamente, a escolha pela coparticipação possibilita que a empresa controle despesas, ao mesmo tempo em que incentiva o uso consciente dos serviços de saúde.

Ao analisar fatores como o perfil dos colaboradores, impacto na atração e retenção de talentos, e alinhamento com a cultura organizacional, o RH pode tomar uma decisão que seja sustentável para a organização e bem recebida pelos colaboradores. 

Os dados demonstram que a adoção desse modelo está em alta, permitindo que empresas ofereçam um benefício de saúde adaptado à realidade financeira de ambos os lados.

E agora que você já aprofundou seus conhecimentos sobre os impactos financeiros do plano de saúde com coparticipação, pode conhecer outros aspectos importantes dessa modalidade no post “Plano de saúde coparticipativo: Guia definitivo para RHs | Parte I”.

E, se ainda estiver na dúvida sobre a coparticipação, a equipe da Pipo Saúde está pronta para ajudar você no que for preciso! 

Você pode rever ou cotar novos benefícios de saúde conosco quando quiser: marque uma conversa e vamos falar sobre o futuro da saúde na sua empresa!

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