Job rotation: o que é e como implantar esta estratégia na empresa

Por

Aline Almeida

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Publicado em

20/11/23

Existem diversas estratégias para engajar, capacitar e desenvolver talentos dos colaboradores. Uma delas é o job rotation.

Com a função de facilitar a identificação dos perfis para os cargos e ao mesmo tempo fazer os funcionários entenderem a importância de cada uma das áreas, o job rotation é uma ferramenta simples que se mostra eficaz para diversas empresas.

Se você quer entender um pouco mais sobre esse conceito, como implantá-lo e todas as suas vantagens e desvantagens, acompanhe.

Neste conteúdo você verá:

O que é e qual o objetivo do job rotation

Traduzindo literalmente a palavra job rotation para o português, significa rotação de trabalho.

Na prática, a estratégia consiste em um rodízio de trabalho, ao submeter o colaborador a diversos departamentos da empresa. Dessa forma, ele terá condições de conhecer a importância de cada uma das áreas, bem como as atividades desenvolvidas por elas.

O job rotation é um treinamento contínuo que visa a complementação das áreas, o aumento da produtividade, do engajamento e da motivação dos profissionais.

Seu objetivo é fazer com que o profissional alterne suas responsabilidades, potencializando seus conhecimentos e tendo uma visão mais ampla, abrangente e profunda de todo o processo. Além disso, ele capacita e desenvolve habilidades, facilitando o aprimoramento interno, sem precisar buscar talentos fora da empresa.

Normalmente, essa estratégia é mais utilizada em programas de estágio ou trainee, mas qualquer empresa que deseja mudar um pouco a rotina de trabalho pode aderir.

Como funciona o job rotation?

O job rotation faz com que o profissional passe por diversos papéis dentro da empresa por um período determinado de tempo.

Para aplicar a técnica, o ideal é que a passagem pelos departamentos seja feita de forma indiscriminada, respeitando o nível de conhecimento e as habilidades de cada um dos colaboradores.

Isso quer dizer que, na prática, um profissional que possui uma formação específica não poderá assumir o papel de um cargo que requer uma outra formação. Afinal, em um exemplo bem ilustrativo, é como se fôssemos colocar um engenheiro para fazer o papel de médico, não seria viável.

Por isso, a estratégia precisa ser bem desenhada e planejada para que, não só esses pontos sejam respeitados, como toda a ferramenta possa ser realmente eficiente.

Job rotation vantagens e desvantagens

Conheça as principais vantagens e desvantagens de aderir ao job rotation:

Vantagens

  • Conhecimento: o job rotation aumenta tanto o conhecimento do colaborador como um todo, tornando-o um profissional mais completo, quanto pela própria empresa e como cada área complementa a outra;
  • Cultura: ao observar a empresa como um todo, o colaborador se torna mais alinhado à sua cultura organizacional e os seus valores;
  • Engajamento: o colaborador passa a entender melhor como cada área funciona, aumentando sua compreensão sobre a importância de cada, motivando e engajando mais no processo geral;
  • Flexibilidade: a estratégia tende a tornar os colaboradores mais interessados em potencializar seu conhecimento, gerando profissionais mais abrangentes que possam realizar tarefas de outros em caso de absenteísmo;
  • Formação: o job rotation é um instrumento de formação dos colaboradores, estimulando seu aprendizado e criatividade, oferecendo novas oportunidades e trabalhando soft e hard skills;
  • Liderança: ele forma líderes, principalmente pela ampliação do conhecimento e aumento na autoconfiança para ocuparem novos cargos;
  • Mudança de pensamento: ao sair da sua zona de conforto, o profissional consegue contribuir de forma mais ampla e estratégica, além de ficar mais preparado para enfrentar a competitividade e possíveis adversidades;
  • Networking: ao passar por diversos setores, é possível conhecer um pouco mais sobre seus membros, suas competências e talentos;
  • Pertencimento: há um maior interesse em participar dos projetos da empresa, resgatando o senso de pertencimento do colaborador;
  • Produtividade: o colaborador se torna mais seguro para tomar decisões e alcançar resultados, tornando-o mais produtivo e aumentando a qualidade das entregas;
  • Relacionamento: integra diversas áreas e fortalece a comunicação das equipes, melhorando, inclusive, os resultados;
  • Talentos: ao tornar o ambiente de trabalho mais dinâmico, o job rotation acaba agradando profissionais que tenham um perfil mais proativo, retendo talentos e reduzindo o turnover. Além disso, ele também torna os colaboradores mais preparados para o mercado.

Desvantagens

  • Erros: ao assumir um novo papel, existe a possibilidade do profissional cometer erros que podem desencadear prejuízos financeiros;
  • Formação: nem sempre o colaborador estará apto a ocupar uma vaga por não possuir formação suficiente. Assim, pode haver a necessidade de investir nessas novas habilidades;
  • Garantias: não existem garantias de que a estratégia funcione, mesmo que ela possa trazer diversos benefícios;
  • Resistência: alguns profissionais podem apresentar dificuldade em se adaptar à mudança, gerando insatisfação;
  • Retrabalho: se o ciclo do job rotation não for completo, poderá prejudicar os processos e deixar os colaboradores insatisfeitos ao terem que voltar às suas antigas posições;
  • Superficialidade: muitas vezes, por falta de planejamento, a passagem pelos cargos pode ser muito superficial e ineficaz;
  • Tempo: a adaptação do colaborador ao novo espaço pode levar mais tempo do que o esperado, o que pode acarretar em custos para a empresa;
  • Viabilidade: nem todos os setores e cargos estão aptos a implementar a estratégia, principalmente aqueles com nível de qualificação mais alto.

Como implantar?

Para implantar o job rotation de forma eficiente, é preciso uma participação ampla do RH junto com os gestores das áreas. Deve haver um bom planejamento para que ele seja lógico, funcional e efetivo, além de aumentar o desempenho de quem participa.

O primeiro passo é identificar as dificuldades, objetivos e necessidades de cada setor e como seria possível melhorá-los. Nessa etapa, será preciso conhecer bem as especificidades técnicas para conseguir mensurar e acompanhar a performance da equipe.

Em um segundo momento, deve-se definir quais serão os colaboradores participantes e qual será a "rota" de quem vai participar do rodízio. Nessa etapa é preciso mapear todos os prós e contras de forma detalhada, além de analisar o perfil e as competências de cada membro da equipe, fazendo um planejamento de carreira.

Para a implementação, também será necessário preparar todos os envolvidos, tanto os colaboradores que vão participar do rodízio quanto das equipes que serão afetadas.

Não existe um prazo definido para o job rotation. Ele pode durar um dia ou um ano, tudo depende dos objetivos, das necessidades e também da estrutura da empresa. Definir o período ideal e o momento que deve ser aplicado, também são desafios que serão enfrentados.

Por último, será preciso analisar os resultados após o processo através da comparação das métricas do início e fim. Nesta etapa serão definidos os aprendizados, as dificuldades e os retornos financeiros durante o período aplicado.

É nessa etapa que os colaboradores podem dar feedback sobre como foi o processo para eles e se eles se identificaram mais com alguma área.

Job rotation exemplos

Muitas empresas americanas e europeias aplicam o job rotation. No entanto, o Japão é uma referência para essa estratégia, principalmente por ser uma sociedade coletivista e orientada aos grupos.

Segundo uma reportagem de mais de 40 anos do New York Times, um funcionário de gerência em uma grande empresa japonesa geralmente muda para novos empregos em campos diferentes repetidamente durante sua carreira, em intervalos que variam de dois a sete anos. E esse é considerado um dos motivos pelos quais as organizações japonesas são coesas e bem-sucedidas.

Um dos exemplos de job rotation no Japão é a fabricante de automóveis Mazda, Toyo Kogyo que já pratica a estratégia desde 1960 devido ao embargo do petróleo naquela época e a necessidade de adaptar seu pessoal para vender carros de porta em porta.

Outra empresa que também utiliza a rotação de tarefas há mais de 10 anos é a Unilever. Usando um sistema interno, os gerentes podem solicitar ajuda em projetos para qualquer pessoa dentro da empresa, onde cada um passa a dedicar 15 a 20% do seu tempo para apoiar o novo trabalho.

Segundo reportagem da seção de business do Insider, com essa estratégia, a Unilever ganha em produtividade, engajamento, capacitação e desenvolvimento de habilidades. Além disso, o trabalho flexível é peça central na mobilidade de talentos da empresa, ajudando a entender melhor as capacidades dos funcionários.

Por que aderir?

Apesar de existirem alguns contras, o job rotation é uma estratégia de aprimoramento profissional com diversas vantagens. Além disso, ele pode motivar os colaboradores e auxiliar na busca por novos talentos dentro da própria empresa.

Sendo assim, ele é sim uma forma de trazer resultados positivos para o futuro do negócio.

O job rotation é apenas uma das estratégias de aprimoramento profissional que as empresas podem realizar. Existem diversas maneiras de desenvolver lideranças e tornar sua equipe mais diversa. Baixe agora o e-book da Pipo e prepare suas lideranças para cuidar de diferentes tipos de colaboradores.

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