E-leadership: entenda tudo sobre esse conceito de liderança

Por

Marcela Ziliotto

Por

Marcela Ziliotto

Publicado em

6/2/23

Você já sabe o que é e-leadership ou como esse modelo de liderança pode ser interessante para a sua empresa?

Talvez você já tenha reparado que o "e" usado como um prefixo remete à eletrônico ou digital. Funciona para e-book, e-mail e para diversos outros conceitos que receberam uma atualização com o avanço das tecnologias.

Com o exercício da liderança nas empresas não é diferente. O e-leadership não é um tipo de liderança exercida somente no ambiente digital, mas conta bastante com essas ferramentas e atende especialmente às demandas de um grupo de colaboradores.

Tem bastante coisa para aprofundarmos no assunto! O grupo de colaboradores foco dessa liderança são os millennials; geração que logo dominará o mercado de trabalho. Boa leitura!

Para facilitar a leitura, você pode se guiar pelos tópicos a seguir:

O que é e-leadership?

O e-leadership é um modelo de liderança altamente baseado no uso de tecnologias com enfoque em melhor aproveitar as competências da geração dos millennials. Logo mais, explicaremos melhor essa relação.

Antes, cabe dizer ainda que o e-leadership conta com ferramentas de comunicação via mensagem e vídeo, bem como softwares de gestão de projetos. Em suma, soluções que favoreçam a comunicação, a gestão eficiente de equipes e o fluxo de trabalho.

Entende-se também que o e-leadership é um modelo que contribui para que as empresas se adaptem às mudanças no mercado de trabalho, conhecendo as demandas dos novos profissionais e dos novos modelos de trabalho e interação..

Quem são os millennials

Como prometido, vou ajudar você a entender melhor porque existe uma relação direta entre o e-leadership e os millennials ou geração Y. Estamos falando de pessoas que nasceram entre 1981 e 1995 e são conhecidas como a geração da internet.

Entre suas principais características, destacam-se:

  • Conectividade ― uma geração acostumada a usar ferramentas digitais para se comunicar e colaborar;
  • Flexibilidade ― em boa parte, são pessoas que buscam mais equilíbrio entre vida profissional e pessoal e se interessam pela possibilidade do trabalho remoto ou híbrido;
  • Potencial inovador ― em razão do contexto em que cresceram, millennials tendem a se envolver mais com soluções inovadoras, como novas ferramentas capazes de otimizar sua rotina de trabalho;
  • Abertura à mudanças ― essa geração viu o mundo mudar e acompanhou a adoção de diversas soluções digitais que transformaram processos e rotinas. Por isso, tendem a ter uma abertura maior a novidades constantes.

É claro que essas são características gerais e que cada pessoa da geração Y tem graus menores ou maiores de identificação com cada uma delas. Em todo caso, o que temos é um conjunto de fatores que favorece a adaptação ao e-leadership.

Aliás, um conjunto de fatores que faz com que o e-leadership seja uma escolha estratégica para liderar bem os millennials e ajudá-los a desenvolver seu potencial máximo no trabalho.

Pensar nisso é importante porque, segundo a Pew Research, até 2025, millennials serão 75% da força de trabalho global.

Quais são os desafios desse tipo de liderança?

O e-leadership não é um modelo de liderança que acontece somente no trabalho remoto ou híbrido. Então, existem, sim, desafios relacionados à distância física entre líderes e membros da equipe, mas isso não é tudo.

Um dos principais desafios é entender como usar a tecnologia de forma eficiente para não correr o risco de tornar a liderança mecanizada, confusa e contraproducente.

Com base nisso, podemos falar sobre:

Comunicação clara

A clareza na comunicação é sempre um desafio, independentemente do modelo de liderança.

No e-leadership, a questão existe porque nem todas as pessoas sabem se comunicar usando novas tecnologias com a mesma eficiência que se comunicam pessoalmente ou usando recursos já tradicionais.

Variação de faixas etárias

Inclusive, é sempre importante pensar que uma empresa não é e não será composta apenas de millennials e que pessoas de outras gerações podem não se adaptar tão bem ao e-leadership.

Com isso, a organização e seus líderes podem ter o desafio de usar diferentes modelos de liderança de forma simultânea.

Cultura organizacional

Por fim, se o e-leadership não for conduzido de forma eficiente, as relações de trabalho serão muito superficiais, o que pode reduzir o engajamento dos colaboradores e sua identificação com a cultura organizacional.

Uma das consequências possíveis é justamente o enfraquecimento dessa cultura e de outros fatores atrelados a ela, como a missão, visão e valores da empresa.

E quais são os pilares do e-leadership?

Sabendo de tudo isso, fica fácil entender porque é importante conhecer as bases do e-leadership para estabelecer e conduzir bem esse modelo de liderança. Veja só:

Comunicação e relacionamento

A comunicação é pilar de qualquer modelo de liderança e não seria diferente em um focado nos millennials.

O uso da tecnologia para este fim é ideal para trocas que visam orientar o desenvolvimento dos profissionais e para criar relacionamentos positivos.

Quanto a isso, é bom lembrar que a geração Y é ligada em propósito, equilíbrio e bem-estar no trabalho. Por isso, tende a dar uma importância maior para a boa relação com as outras pessoas da equipe.

Colaboração e participação

Ainda, millennials buscam líderes e não chefes, preferem lidar com pessoas que abram espaço para a troca de ideias e a construção coletiva em detrimento àquelas que só delegam tarefas.

Por isso, uma mentalidade similar, voltada para a colaboração, é outro pilar importante do e-leadership, tendo em vista que seu objetivo é inspirar os profissionais a mostrarem seu máximo potencial.

Para tanto, ferramentas de videoconferência e fóruns online são bem-vindas.

Flexibilidade e adaptabilidade

Com base na expectativa que millennials têm acerca de sua liderança, vale lembrar que o ideal é ter flexibilidade tanto para lidar com a equipe e conduzir seu desenvolvimento, quanto para entender suas demandas.

Um exemplo é o trabalho remoto, que mencionei antes. Embora não seja um modelo obrigatório, é uma possibilidade que se encaixa ao modelo e-leadership e que corresponde ao perfil "padrão" da geração Y.

Inovação e capacitação

Outros pilares passam por aquilo que pode preparar os líderes para exercer o e-leadership: cursos e outros processos educativos para que aprendam a lidar com as tecnologias e abracem metodologias inovadoras de gestão de pessoas.

Esse tipo de capacitação pode ser útil para colegas que não façam parte da geração Y e, em alguns casos, até para os próprios millennials. Isso porque, vale lembrar, um dos desafios é manter um equilíbrio entre as gerações que compõem o quadro de funcionários da empresa.

Inteligência Artificial e segurança

Por fim, destacando o peso da tecnologia no e-leadership, as soluções baseadas em AI merecem destaque, bem como a adoção de medidas e recursos de Segurança da Informação.

Mesmo que o trabalho e a liderança não ocorram de forma 100% remota, o uso de softwares e dispositivos diversos com acesso à rede corporativa demanda cuidado especial para o combate à brechas de segurança.

O cuidado especial também é bem-vindo quanto à coleta, armazenagem e uso de dados dos colaboradores e de outras pessoas que se relacionem com a empresa, em respeito à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Quais os benefícios de adotar o e-leadership?

Pode parecer estranho adotar um estilo de liderança pensando, de maneira particular, em uma única geração. Por isso, vale lembrar que logo os millennials serão 75% da força de trabalho.

Assim, adotar o e-leadership faz cada vez mais sentido e tem benefícios como:

Mais flexibilidade

O e-leadership favorece o trabalho remoto e a boa gestão de equipes remotas, permitindo que a empresa seja mais flexível quanto ao local de cumprimento das jornadas de trabalho.

Além disso, cria um cenário mais favorável para que a organização contrate pessoas de qualquer lugar do mundo ou do país e consiga integrá-las e orientar seu desenvolvimento independentemente de onde estejam.

Algo que tende a fortalecer a equipe, melhorar seu desempenho e os resultados do negócio.

Ganho de eficiência

Além disso, por pressupor a adoção de tecnologias que favorecem a comunicação, a colaboração e a gestão de projetos, o e-leadership contribui para que o fluxo de trabalho seja mais dinâmico e eficiente.

Isso porque a tecnologia permite que os profissionais troquem ideias, informações e documentos com mais facilidade, inclusive dispondo da comunicação assíncrona.

Mais facilidade na tomada de decisões

Outro benefício é que o uso da tecnologia no e-leadership não favorece só a interação com a equipe e entre as pessoas que formam a equipe. Também permite que a AI seja usada para gerar e analisar dados que embasam a tomada de decisões estratégicas.

Com isso, as lideranças podem ter insights valiosos para conduzir suas equipes e cumprir com o objetivo de contribuir com seu desenvolvimento e conquista de resultados individuais e coletivos.

Como implementar o e-leadership?

Cada empresa pode desenhar seu próprio processo de implementação do e-leadership. Mas existem algumas etapas que merecem atenção. Veja só:

Entenda quais são as necessidades internas

Você pode querer implementar o e-leadership por entender que há vantagens interessantes, mas é bom buscar uma orientação mais clara e entender o que a equipe e a empresa precisam que esse modelo de liderança seja capaz de fazer.

Por exemplo, pode ser que o foco seja o uso de ferramentas digitais para o ganho de produtividade, o que vai nortear todas as escolhas de estruturação e implementação da liderança.

Selecione as ferramentas adequadas

Uma vez que você entender quais são as necessidades, vai poder definir quais tipos de ferramentas são as mais interessantes para a empresa e, a partir daí, fazer uma avaliação criteriosa até escolher quais serão adotadas.

Quanto a isso, a dica é avaliar fatores como a usabilidade, segurança, suporte e custo-benefício.

Treine líderes e equipes

Todas as pessoas envolvidas no e-leadership devem ser preparadas para usar as ferramentas corretamente e conhecer as diretrizes definidas pela empresa. Portanto, o treinamento vai para lideranças e colaboradores, inclusive os millennials.

Além de orientar sobre como usar os softwares e seus recursos, é importante indicar quais são as regras. Por exemplo, orientando que os canais de comunicação profissional não sejam usados fora do horário de trabalho.

Estabeleça políticas e procedimentos

Ainda, uma implementação bem sucedida do e-leadership deve considerar o pilar de segurança e definir políticas e práticas que evitem riscos à Segurança da Informação.

O intuito é proteger a privacidade individual, bem como os dados da empresa (e toda sua infraestrutura de TI) evitando ataques hackers e vazamentos de outras origens que podem resultar em prejuízo e danos à imagem da organização.

Colha ideias, feedbacks e monitore tudo

Lembra-se de que os millennials gostam de colaborar e participar? Com isso em mente, o processo de implementação do e-leadership pode levar em conta as opiniões e demandas dessas pessoas.

Além disso, cabe lembrar que o processo de aperfeiçoamento é contínuo ― como é comum a tudo que envolve a gestão de pessoas. Assim, vale a pena colher feedbacks de tempos em tempos, monitorar e mensurar resultados para entender como melhorar ao longo do tempo.

Como o e-leadership ajuda sua empresa?

Você já deve ter percebido que implementar o e-leadership não é mamão com açúcar, mas pode valer muito a pena. Veja só como esse tipo de liderança pode ajudar sua empresa:

  • Favorece o aumento da produtividade porque beneficia a comunicação assíncrona, a troca de informações e a colaboração;
  • Aumenta a satisfação e a retenção de talentos uma vez que responde à demandas e expectativas dos millennials;
  • Facilita o fortalecimento da cultura organizacional no contexto dos novos modelos de trabalho que incluem o home office e a modalidade híbrida;
  • Aumenta adaptabilidade da empresa frente a mudanças no ambiente de negócios, permitindo que a boa gestão de equipes aconteça em diferentes contextos;
  • Favorece a redução de custos uma vez que tende a fortalecer o trabalho remoto, minimizando gastos com aluguel e infraestrutura.

Com tudo isso, o e-leadership contribui para que equipes e organizações se fortaleçam, estejam mais preparadas para participar do mercado atual e ganhem vantagem competitiva.

O papel do RH para adotar esse estilo de liderança

A essa altura, pode ser que você já tenha começado a refletir sobre onde o RH entra nessa história, mas vamos te ajudar a entender melhor qual seu papel na implementação do e-leadership aí na sua empresa. Acompanhe:

Identificar necessidades

Lembra-se de que entender como o e-leadership pode ser útil faz parte do processo de implementação? A identificação das necessidades da organização e das equipes pode ser feita com apoio do RH.

Isso porque, como responsável por conduzir e orientar líderes na gestão de pessoas, o setor tende a ter informações sobre quais os gargalos que o e-leadership pode ajudar a corrigir ou quais devem ser seus objetivos principais.

Escolha de ferramentas e treinamento

É possível que o RH não consiga, por conta própria, definir quais ferramentas devem fazer parte do e-leadership, mas pode ajudar, uma vez que entende quais são as necessidades que precisam ser atendidas.

Assim, o setor pode se comunicar com outros, como o de TI, para entender quais as soluções mais adequadas e para desenhar os programas de treinamento que se façam necessários.

Desenvolvimento de políticas e procedimentos

O RH também pode auxiliar na definição de diretrizes e boas práticas de uso da tecnologia envolvida no e-leadership.

Tenha em mente o seguinte exemplo: líderes que contatem seus colaboradores fora do horário padrão de jornada solicitando que demandas sejam cumpridas podem estar ferindo os direitos do trabalho ou, no mínimo, causando a realização de horas extras.

A legislação precisa ser observada de perto, tendo o bom senso como aliado, para que as políticas e procedimentos sejam definidas corretamente. Do contrário, esse trabalho "extra" pode não ser computado, não ser pago e gerar transtornos legais para a organização.

Coleta de feedbacks e monitoramento

O RH pode participar da implementação do e-leadership conduzindo entrevistas, pesquisas e outros processos para a coleta de opiniões e feedbacks que podem pautar o desenvolvimento desse estilo de liderança na empresa.

Além do mais, pode definir métricas e indicadores que ajudem a mensurar a eficiência da liderança e identificar eventuais pontos de melhoria.

Desenvolvimento de lideranças

Indo além dos treinamentos básicos para o uso das ferramentas escolhidas, o RH tem o papel de orientar o desenvolvimento das lideranças que precisem se adaptar ao e-leadership.

Para tanto, convém conhecer as competências básicas necessárias nessa liderança. São elas:

  • Comunicação eficiente: a pessoa no papel de e-leader deve conseguir se comunicar de forma clara, de forma presencial ou virtual, usando diferentes meios de comunicação;
  • Colaboração: para seguir esse modelo, líderes precisam ter a mente aberta para trabalhar em equipe ao invés de simplesmente delegar e saber como orientar os membros de sua equipe mesmo à distância;
  • Adaptabilidade: millennials são interessados em inovação e costumam gostar de mudanças. Para liderá-los, é preciso ter a mesma abertura para o novo e, assim, ser capaz de se adaptar à mudanças do mercado e às suas incertezas;
  • Afinidade com a tecnologia: a pessoa no papel de e-leader não precisa ser um millennial também, mas deve ter afinidade com a tecnologia, buscar tirar o máximo proveito desses recursos, além de prezar pela segurança;
  • Capacidade de gestão: parece óbvio, mas vale dizer que o e-leader precisa ser capaz de gerenciar projetos de forma eficaz, inclusive usando os recursos tecnológicos adotados pela empresa;
  • Capacidade de inspirar: o propósito do e-leadership é a existência de um tipo de liderança que oriente o desenvolvimento dos millennials. Entre outras coisas, isso significa ser capaz de inspirá-los, motivá-los e guiar seu crescimento profissional.

Em suma, as competências básicas para o e-leadership não se diferem tanto daquelas esperadas de outros líderes. Há, porém, um destaque importante para características voltadas para a flexibilidade e o uso de soluções tecnológicas.

Conclusão

O e-leadership não precisa ser o único modelo de liderança em uma empresa. Aliás, é preciso considerar a diversidade de perfis para definir e exercer uma liderança eficiente e positiva.

Porém, tendo em vista o crescimento natural da proporção de representantes da geração Y no mercado de trabalho, nada mais estratégico do que entender como uma empresa pode se adaptar para inspirar o melhor desempenho de seus profissionais.

Pensando nisso, aproveite para baixar gratuitamente este e-book sobre como treinar suas lideranças para guiar uma equipe diversa!

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